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EDSON D´AMATO
Frequentou Inst. Iguaçuano de Ensino.
Mora em Mesquita (Rio de Janeiro).
A MULHER NA POESIA DO BRASIL. Coletânea organizada por Da Costa Santos. Belo Horizonte, MG: Edições “Mantiqueira”, 1948.
291 p. 14x18 cm. Capa de Delfino Filho.
Ex. bibl. Antonio Miranda
MULHER ... MULHER ...
A tua voz vibra no ar, em cascatas de melodias,
Mulher, que me atraíste com teu sorriso leve,
Que encheste a alma de felicidade efêmera...
Que, em noites negras, quando rolavam vendavais,
Em meio à tempestade medonha, entre furacões,
Tu me surgiste, como silhueta branca vestida de luz,
E buscaste roubar-me, com teus olhos negros, pálidos,
Negros como a noite, em que te vi toda branca,
As inspirações místicas do santuário divino.
Tu quiseste, em meio à procela de carne infame,
Em que forças se agitam como ondas furiosas,
Roubar a tranquilidade espiritual de meu ser.
Mas o poeta, como asceta do pensamento ingrato,
Buscou a solidão verde, irmã de berço e de túmulo,
E as lágrimas surgiram entre dois lagos magoados,
E a tristeza mergulhou pelas regiões do inconsciente.
Os ardores violentos, que agitam o coração humano,
Que fecundam amores vãos, amores ligeiros,
Como folhas ressequidas e crestadas pelo sol.
Lá se foram entre respingos frios de chuva.
Na noite, contemplei a silhueta branca da mulher.
Que despertou-me evocações líricas e românticas.
No meio da sinfonia de coriscos pelo ar negro,
Surgiu, com sua voz triste, entre soluços,
A mulher que aspira a adoração crédula dos homens...
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Página publicada em agosto de 2021
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